Elul 2
- Andrea Kulikovsky
- 2 de set. de 2019
- 1 min de leitura
Para mim, Elul é um momento de prática de mergulho espiritual. Os dias
correm normalmente, mas por conta de eu estar fazendo esta prática,
muitas vezes me vejo refletindo sobre os acontecimentos cotidianos do
meu dia de maneira diferente.
Hoje me questiono sobre o encontro com a verdade e o desafio de educar.
Diz o Pirkei Avot: Faça para você um professor, e adquira um colega. Mas
e quando você se vê na qualidade daquele que deve ensinar uma difícil
lição a seu filho, de buscar esta verdade, por mais dolorida que possa
parecer? A sensação é de que você desfaz a amizade com ele, mesmo que
temporariamente. A grande dificuldade é a medida do ensinamento, para
que não causemos uma ferida grande demais, e ao mesmo tempo não
sejamos tão leves que a lição não seja transmitida. Ser mãe é assim... uma
hora mel, outra maror; uma hora escravidão e a outra liberdade; uma
hora faraó e outra Miriam.
O encontro com a verdade pode ser amargo como o maror, que comemos
em Pessach, mas também pode ser a expressão do amor e da liberdade,
que celebramos na mesma festa. As relações construídas tendo a verdade,
o diálogo franco, a honestidade, como base são verdadeiras, têm maior
possibilidade de durar. Não são fáceis, não nos protegem da dor, mas
também nos expõem às maravilhas dos sentimentos verdadeiros e
intensos.
Então me olho por dentro e pergunto: quem são o Faraó e a Miriam que
vivem dentro de mim? Quais verdades machucaram, e quais libertaram?
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